domingo, 15 de março de 2009

O dia do Bibliotecário


  Visitem www.revistamuseu.com.br foi lá que encontrei essa postagem:

 por Ana Virginia Pinheiro

          12 de março é o Dia do Bibliotecário. É um dia que deve ser marcado para lembrar, pelo menos por todo o pesquisador que buscou documentos, manuscritos, impressos e de todas as naturezas, que enfrentou a aflição de buscar informações no rico e desconhecido universo bibliográfico e documental brasileiro, sem guias, sem indicadores, sem patrocínio, e encontrou, através do Bibliotecário, o caminho.

          A palavra Biblioteconomia deriva do grego bibliothéke(depósito de livros) e nomos (regra, lei), e significa a “arte de organizar e dirigir bibliotecas, de acordo com normas, regras” – sentido grafado em uma época em que “arte” era sinônimo daquilo que se adquire "pelo estudo e pelo exercício". Ao longo de sua história, a Biblioteconomia teve ilustres representantes que transformaram a arte em ciência e as regras em teorias: o estadista e inventor norte-americano Benjamin Franklin (1706-1790); o filósofo e teólogo alemão Immanuel Kant (1724-1884); os Papas Nicolau V (1388-1455) e Pio XI (1857-1939), o romancista, historiador e jornalista português Alexandre Herculano (1810-1877); a estadista israelense Golda Meir (1898-1978); e o muito ilustre Manoel Bastos Tigre (12 de março de 1882-1957), poeta, jornalista, autor teatral, humorista, compositor, engenheiro civil, publicitário e o primeiro bibliotecário selecionado por concurso para o Museu Nacional, em 1915 – patrono dos bibliotecários brasileiros.

          Pode causar certo estranhamento, associar tantos nomes ilustres a uma profissão tão pouco divulgada. Mas a ação da Biblioteconomia é, geralmente, anônima e tem efeito multiplicador, nas dissertações e teses, na pesquisa científica, na busca e na localização de dados que serão transformados em informação, em espaços físicos – ou não, como os centros de referência científica, as salas de leitura e as bibliotecas públicas, populares, comunitárias, escolares, universitárias, infantis, de usuários com necessidades especiais.

          Neste momento, há um menino de 12 anos ou um doutorando precisando de um bibliotecário e, certamente, há um bibliotecário buscando dados ou indicações bibliográficas para um desses pesquisadores.

          Num país como o Brasil, onde as disparidades sociais transformam o livro em privilégio, o Bibliotecário tem a importância de um agente cultural e função pedagógica inquestionável. O artigo 3º do Código de Ética Profissional determina que o Bibliotecário deve “preservar o cunho liberal e humanista de sua profissão, fundamentado na liberdade da investigação científica e na dignidade da pessoa humana”. Essa obrigação, que deve ser cumprida como missão, contribui para uma sociedade mais justa, apesar de todas as limitações que impuseram, ao longo de anos, a desvalorização profissional, tais como: baixos salários, atividades insalubres e estressantes e falta de investimentos em treinamento e de reconhecimento, pelo mercado, de suas competências.

          No Brasil, o Bibliotecário é encarado como um profissional “menor”, qualquer que seja o seu nível cultural, e muitos se surpreendem com a exigência de graduação universitária para o exercício da profissão.

          Como Bibliotecária da Fundação Biblioteca Nacional e Professora da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado Rio de Janeiro (UNIRIO), com quase 25 anos na profissão, venho conclamar todos os pesquisadores, de todas as idades, que aprenderam a respeitar o Bibliotecário, a reconhecê-lo como necessário e a partilhar com ele ânsia da busca e o fascínio do encontro da informação pretendida, a promoverem sua valorização.

                                     


A HISTÓRIA


    Comemora-se no dia 12 o Dia do Bibliotecário em homenagem ao engenheiro e bibliotecário por vocação, Manuel Bastos Tigre.

    Ele nasceu no dia 12 de março de 1882 e, ao terminar o curso de Engenharia, em 1906, resolveu fazer aperfeiçoamento em eletricidade, no Estados Unidos. Uma vez lá, conheceu o bibliotecário Melvil Dewey, que instituiu o Sistema de Classificação Decimal.

    Este encontro foi decisivo na sua vida, porque, em 1915, aos 33 anos de idade, largou a engenharia para trabalhar com biblioteconomia.

    Prestou concurso para bibliotecário do Museu Nacional do Rio de Janeiro e se classificou em primeiro lugar, com o estudo sobre a Classificação Decimal.

    Transferido, em 1945, para a Biblioteca Nacional, onde ficou até 1947, assumiu depois a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil, na qual trabalhou, mesmo depois de aposentado, ao lado do Reitor da instituição, Professor Pedro Calmon de Sá.



    É oportuno lembrarmos, no dia em que se comemora o bibliotecário, das palavras do Chefe da Casa Civil do governo Figueiredo, general Golbery. Disse ele: "o único lugar que preservo de todos é a minha biblioteca, pois através das minhas leituras conhecerão os meus segredos".

    Declaração interessante. Retrata o sentimento de muitos amantes da leitura, que costumam ser extremamente zelosos com seus livros, chegando mesmo a sentir ciúmes de visitantes inoportunos ou de olhares mais curiosos sobre suas estantes.

    Cada exemplar de uma obra é único. O livro que descansa na prateleira da nossa casa nunca será o mesmo que repousa em outro lugar, porque o exemplar da nossa casa habita também o nosso espírito. Representa ainda nossas releituras de discussões nervosas e hesitantes.

    O bibliotecário, por sua vez, é o profissional que, aos poucos, vai desbravando a alma dos leitores. É ele que coabita com todos os autores, com todas as suas obras e com as expectativas e anseios de todos os leitores.



    O profissional da área de biblioteconomia administra bancos de dados e se responsabiliza por classificar e armazenar informações, além de orientar o público que procura uma biblioteca.

    Hoje em dia, quem domina tecnologias da computação pode gerenciar arquivos digitais ou organizar páginas para a internet.

    Bom lembrarmos também que a qualidade da orientação fornecida pelo bibliotecário, a quem procura uma biblioteca, vai depender de sua própria vivência com a leitura, ou seja, de sua experiência pessoal com os livros e o com o próprio conhecimento em si.

    Porque o saber técnico, ligado ao ofício propriamente dito - catalogação, arquivamento, etc. - poderá ser assimilado por qualquer pessoa que se dedique ao estudo da biblioteconomia.

    Para atuar como bibliotecário, é preciso, após a graduação, obter o registro no Conselho Regional de Biblioteconomia.

    Quem pretende ingressar no curso, já deve ficar sabendo que entre as disciplinas básicas estão língua portuguesa, inglês e literatura. É obrigatório ainda que se faça um estágio, sendo exigida uma monografia final.

    Em algumas instituições, o curso, que tem duração média de quatro anos, é chamado de Ciência da Informação ou Gestão da Informação.

    Veja abaixo as universidades que oferecem o curso de biblioteconomia no Brasil:

    • no Amazonas, Universidade Federal do Amazonas;
    • no Pará, Universidade Federal do Pará;
    • na Bahia, Universidade Federal da Bahia;
    • no Ceará, Universidade Federal do Ceará; É NÓS NA FITA...
    • no Maranhão, Universidade Federal do Maranhão;
    • em Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco;
    • no Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte;
    • em Brasília, Universidade de Brasília;
    • em Goiás, Universidade Federal de Goiás;
    • em Mato Grosso, Faculdades Integradas Cândido Rondon e Universidade Federal de Mato Grosso;
    • em Minas Gerais, Fundação Educacional Comunitária Formiguense, Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade Federal do Rio Verde;
    • em São Paulo, Associação de Ensino de Botucatu, Faculdades Integradas Teresa D'Ávila, Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Santo André, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Universidade Estadual Paulista e Universidade de São Paulo;
    • no Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense, Universidade Santa Úrsula, Universidade do Rio de Janeiro;
    • no Espírito Santo, Universidade Federal do Espírito Santo;
    • no Paraná, Universidade Estadual de Londrina;
    • em Santa Catarina, Universidade Federal de Santa Catarina;
    • no Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Rio Grande, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.


FONTE: IBGE

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