sábado, 25 de abril de 2009

Que profissionais queremos ser? Ou seremos...

















por A.Berbe em 25.11.08

O EREBD SE/CO 2008, realizado em São Paulo, já acabou. No entanto, ficaram idéias e perguntas no ar.

O legal desses eventos são os contatos com as pessoas de outros cursos de biblioteconomia, o que dá uma noção de como são as realidades em cada região.

Também é preciso destacar as mesas redondas que foram de alto nível e o empenho dos organizadores em disponibilizar o conteúdo das palestras na internet, ao vivo. Isso demonstra a preocupação dessa turma com o acesso à informação e o uso da internet para a disseminação de conteúdos. São futuros bibliotecários versão 2.0. :-D

Apesar de não estar presente em corpo, não perdi as mesas redondas de Virtualidade e Contestação pela internet. Havia muitos nomes de peso: Luli Radfahrer (professor da ECA/USP), Maria Aquino (professora da FFLCH/USP), Oswaldo Francisco de Almeida Júnior (professor da UEL) e Luís Milanesi (professor da ECA/USP).

Toda boa palestra faz uma agitação na cabeça de idéias e questões sobre o assunto tratado. De maneira geral, acho que as palestras pegaram numa questão muito relevante para a nossa área e que é dúvida de todos: que profissionais queremos ser?

A seguir, seguem algumas anotações do que foi levantado nas falas dos palestrantes:

  • Os bibliotecários são responsáveis pela preservação da informação;
  • Muitas vezes, o que os alunos aprendem na faculdade não refletem os problemas encontrados numa biblioteca real. Os profissionais precisam identificar as necessidades de seus clientes e buscar atendê-los;
  • Pensar na internet como solução universal para acesso a qualquer tipo de informação é um equívoco. A web representa ainda uma pequena parte de toda informação existente;
  • Os serviços de informação e bibliotecas, em geral, se encontram burocraticamente engessadas. Falta inovação, falta iniciativas de “fazer melhor e diferente”;
  • Os bibliotecários adoram normas, regras e hierarquias muito bem estruturadas. Às vezes, isso é um empecilho. Não devemos olhar feio para a folksonomia. Devemos apropriá-la;
  • A cabeça dos atuais alunos e novos profissionais está mudando, mas como mudar a cabeça dos antigos profissionais? E como mudar a “cabeça” de instituições que não dão valor às bibliotecas e seus profissionais?
  • Não há canais de informação alternativos à televisão, rádio e internet. As bibliotecas deveriam assumir o seu lado contestador como recurso de informação voltado à população e como local de transformação do conhecimento;
  • Sobre as publicações disponíveis na área de ciência da informação e biblioteconomia, é fato: lemos mais do mesmo. É interessante buscar leituras de outras áreas relacionadas. Só assim podemos transformar, melhorar e inovar;
  • Não vivemos numa sociedade da informação ou sociedade do conhecimento. Vivemos numa sociedade do excesso de informação ou numa sociedade da pseudo-acessibilidade da informação (depende do ponto de vista e do otimismo de cada um);
  • Para trabalhar com informação especializada, hoje, não precisa ser mais um profissional da informação. Basta saber pesquisar;
  • O bibliotecário que trabalha em biblioteca escolar precisa conhecer mais Piaget que Dewey. E isso vale para qualquer área;
  • Existe uma forte e natural relação entre informação e comunicação. O bibliotecário precisa pensar mais como comunicador, embora as faculdades não estejam preparadas para formar um profissional com essa característica;
  • Já passou o tempo de disseminar a informação. Precisamos começar a mediar a informação.
(Imagem: orionoir, no Flickr)

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