domingo, 3 de maio de 2009

Ano da França no Brasil

A abertura oficial do Ano da França no Brasil - França.Br, no dia 21 de abril, inaugurou uma temporada de imersão dos brasileiros na cultura francesa. Calcula-se que a extensa programação - que vai desde residências artísticas a exposições e desfiles de moda - possa atingir entre 30 e 40 milhões de pessoas, em 15 cidades do país.

Calcula-se que o país receberá aproximadamente 400 atividades até o final de 2009. Cerca de 50 delas devem acontecer na Bahia.

A forte influência da matriz africana no Estado edificou uma ponte sobre o Atlântico, diretamente para a África francófona. Assim, a versão baiana do França.Br tem a mestiçagem como uma de suas principais características, incorporando as influências do continente negro (veja programação).

Isso não quer dizer, é claro, que a cultura francesa clássica não esteja presente com escritores, instrumentistas eruditos e até mesmo uma oficina de formação de luthiers (profissionais especializados em reparo e restauração de instrumentos musicais).

Programação mestiça

Iniciada antes mesmo da abertura oficial do França.Br, a residência artística Culturas Crioulas - Olhares Cruzados promoveu de jovens artistas das Escolas de Belas Artes de Salvador e da Ilhas de Reunião, departamento francês no Oceano Índico. A residência durou 20 dias, entre 3 e 23 do mês passado.

Também no dia 23 foi apresentado o espetáculo de dança “#im3″, da Cia Toufik Oudrhiri Idrissi. A companhia do coreógrafo e intéprete marroquino Toufik trabalha ainda num processo de criação conjunta com a Cia Viladança, cujo resultado será apresentado no mês de setembro.

O universo da dança também é representado pelo coreógrafo e dançarino da Costa do Marfim Georges Momboye. Radicado no país de Napoleão desde 1992, Momboye propõe uma visão da França mestiça contemporânea.

Símbolo máximo da ligação entre França, África e Bahia, o antropólogo francês Pierre Verger é tema de três atividades previstas no programa. Em junho, o fotógrafo do Benin Charles Placide Toussou faz residência artística na Fundação Pierre Verger, intitulada “Sobre os Vestígios de Pierre Verger”.

Durante o “Agosto da Fotografia”, as obras do antropólogo francês fazem parte da exposição “À procura de um olhar: fotógrafos franceses e brasileiros revelam o Brasil”.

Já no dia 15 de setembro, é aberta a exposição “Paris de Pierre Verger”, sobre o ambiente cultural e artístico parisiense dos anos 30, com fotografias do próprio Verger e de outros fotógrafos franceses.

Com atores baianos, os espetáculos teatrais “Combate de Negro e de Cães” e “Tabataba”, do diretor francês Philip Boulay percorrerão espaços públicos e cidades do interior da Bahia durante quase quatro meses, entre 21/8 e 15/11.

A Cia. Troufik OI criará espetáculo em conjunto com companhia de dança baiana

A Cia. Troufik OI criará espetáculo com companhia de dança baiana

Em outubro, a mostra “50 Anos do Cinema da África Francófona: olhares em reconstrução e identidades reinventadas” traz à Bahia uma seleção de obras clássicas do cinema africano, algumas jamais exibidas no Brasil.

A coroação do elogio à cultura mestiça no programa baiano da França.Br é a inauguração do Centro de Músicas Negras, no dia 13 de novembro, seguida imediatamente pelo Festival de Músicas Mestiças (13 e 14/11), uma edição especial do Festival de Angouleme de Musique Mestisses. Ambas atividades ocorrem no Museu du Ritmo, espaço cultural do músico baiano Carlinhos Brown.

(fotos: Site Oficial Georges Momboye [1]; João Garcia [2])

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